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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Garibaldi Alves, O retorno. Vai encarar?

Enquanto a politica de 2012 ainda cheira, ou melhor, fede nos noticiários potiguares, a corrida para o governo em 2014 parece já ter seus nomes definidos.  Tido como um dos melhores governadores da história do RN, a candidatura de Garibaldi Filho para 2014 já é noticiada como certa, ou como necessária.

FOTO: blog O Xerife.
O cenário político do RN não oferece muitos nomes, afinal, nos resta uma Rosa desgastada, um vice-governador aventureiro e metido a galã, e uma ex-governadora um pouco “queimada” pela sua gestão passada. A verdade é que todos os prováveis nomes, poucas coisas têm a oferecer de bom ao nosso estado. As elites que governam há décadas continuarão no poder. É apenas um jogo de troca dos primeiros nomes, porque os sobrenomes são sempre os mesmos: Alves, Maia, Farias... E assim vai.

Nesse cenário, quem teria forças para encarar o poderoso ministro? Wilma de Faria, atual vice-prefeita de Natal, é quem mais se aproxima de, talvez, quem sabe, chegar ao segundo turno com Garibaldi.

A verdade é que, a campanha para o próximo ano já está nas ruas, e o nome que se houve nas conversas entre amigos é o de Garibaldi Alves Filho. O famoso governador das águas e do leite. Ou seja, a esperança que resta ao norte-rio-grandense, que sobrevive a trancos e barrancos a uma seca avassaladora, e vê seu gado, sua cabra, seu plantio desaparecerem.

O nome de Garibaldi para o governo não interessa (a princípio) a elite nem aos caciques da política estadual, mas sim ao povo que ele ajudou no passado e que buscam nele agora, um fio de esperança.

Então, quem poderá vencê-lo? Ou melhor, ele precisará ser vencido?

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Chávez está consciente e em contato com a família e aliados políticos, diz ministro.

Por Renata Giraldi*

Hospitalizado há um mês em Cuba, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, está consciente e em comunicação com a família, os aliados políticos e a equipe médica que o atende. Apesar disso, o ministro venezuelano da Comunicação e Informação, Ernesto Villegas, informou que o estado de saúde de Chávez ainda inspira cuidados devido à insuficiência respiratória.

Venezuelanos passam diante de cartazes de Chávez e de um slogan de apoio ao presidente nas ruas de Caracas, na terça-feira 8. Foto: Raul Arboleda / AFP
Venezuelanos passam diante de cartazes de Chávez e de um slogan de apoio ao presidente nas ruas de Caracas, na terça-feira 8. Foto: Raul Arboleda / AFP
“A infecção respiratória está controlada, embora o estado de saúde do comandante exija medidas específicas para a resolução de insuficiência respiratória”, ressaltou Villegas. “Nos últimos dias, o resultado clínico geral foi favorável e o presidente é mantido em estrita conformidade com o tratamento médico.”

Villegas leu na noite deste domingo 13, em cadeia nacional de rádio e televisão, um comunicado oficial informando sobre o boletim médico e o estado de saúde de Chávez. No comunicado, Villegas pediu que a população mantenha as orações pela recuperação do presidente venezuelano. Chávez está em tratamento para o combate ao câncer desde o começo de dezembro, sendo submetido a uma cirurgia para a retirada de um tumor maligno na região pélvica no dia 11.

Há um mês, Chávez não é visto em público, o que fez surgir uma série de incertezas no cenário político venezuelano. A cerimônia de posse, marcada para o dia 10, foi adiada por tempo indeterminado à espera da recuperação do presidente reeleito para o quarto mandato. No poder desde 1999, Chávez dividiu a política na Venezuela entre aliados e oposicionistas.

Fonte: Carta Capital http://www.cartacapital.com.br/internacional/chavez-esta-consciente-e-em-contato-com-a-familia-e-aliados-politicos/

Apesar de Gritaria, Dilma deixa energia mais barata.


Lei que prorroga as concessões de geração de energia elétrica e reduz encargos para oferecer tarifas menores ao consumidor foi publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial da União; mesmo com forte resistência da oposição e, com isso, de empresas elétricas de estados governados pelo PSDB, consumidor terá 20% de redução na conta de luz.

A presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei que prorroga as concessões de geração de energia elétrica e reduz encargos setoriais de forma a oferecer tarifas menores ao consumidor. De acordo com a Lei 12.783, de 11 de janeiro de 2013, publicada nesta segunda-feira 14 no Diário Oficial da União, as concessões de geração de energia elétrica poderão ser prorrogadas uma única vez, pelo prazo de até 30 anos, de forma a assegurar a continuidade, a eficiência da prestação e a tarifa mais baixa.

Para terem o contrato de geração renovado, as concessionárias devem atender a requisitos estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em relação a tarifas e qualidade do serviço. A agência também disciplinará o repasse, para a tarifa final paga pelo consumidor, de investimentos necessários para manter a qualidade e continuidade da prestação do serviço pelas usinas hidrelétricas.

A lei deixa claro que a prorrogação das concessões de energia elétrica "será feita a título oneroso, sendo o pagamento pelo uso do bem público revertido em favor da modicidade tarifária, conforme regulamento do poder concedente".

De forma a assegurar a continuidade, a eficiência da prestação do serviço e a segurança do sistema, a lei também autoriza a prorrogação, pelo prazo de até 20 anos, das concessões de geração de energia termelétrica. O pedido de prorrogação deve ser feito pela concessionária com antecedência de 24 meses do fim do contrato ou outorga.

domingo, 13 de janeiro de 2013

LIDERANÇAS OPOSICIONISTA DE ANTÔNIO MARTINS TIVERAM REUNIÃO COM CARLOS AUGUSTO ROSADO.

Integrantes do grupo de oposição de Antônio Martins, estiveram reunidos com o chefe de gabinete do governo do estado, Carlos Augusto, na última quinta-feira. 


A visita teve como caráter, reivindicar interesses da coletividade antônio-martinense  que propiciará melhorias ao município. Segundo, Altemar Bezerra, ex-secretário de agricultura do município e um dos membros da comitiva, todas as solicitações foram prontamente atendidas e mediante autorização para que as providências fossem tomadas.

Estiveram presentes, além de Altemar Bezerra, os vereadores Almeida e Chico de João Bosco; Gualberto César, presidente do FUMAC de Antônio Martins e José Antônio de Carvalho.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Lembre-se de tudo mais...


Quando partir, leve contigo nossas lembranças. 
Leve tudo de bom vivemos, ainda que por pouco tempo. 
Quando partir, não tente fingir saudade, 
Nem lágrimas em exagero, sem razão. 

Quando me deixar, leve a lembrança do meu beijo, 
Do meu abraço, lembre-se de tudo mais... 

Leve contigo nossos sonhos amassados feitos 
Rascunhos mal escritos e histórias mal contadas. 

Quando partir, lembre-se: metade de mim irá com você. 
Mas, se for para o seu bem, se quiser viver sem o fantasma de mim, 
Esqueça-me, e procure outro peito, outro bem melhor. 

Quando não mais lembrar que existo, viva em paz, 
Sorria, cante, dance, brinque, faça de sua vida o que sempre quis. 
Quando partir, não olhe pra trás, siga em frente, seja feliz...


José Borges Neto

Regimento Interno da CEM: Casa do Estudante de Mossoró - RN

A casa do estudante de Mossoró se prepara para receber novos sócios em 2013, a prova está prevista para o mês de Janeiro, segundo Valdemar, Diretor da instituição ainda não tem data definida. 

Então, se você quiser fazer parte dessa instituição, é bom se preparar para a "prova da casa". O regimento Interno deve ser estudado e avaliado pelo candidato. Leia abaixo a introdução e clique no Link para ir direto para o Blog da Casa, onde você encontrará mais informações.

INTRODUÇÃO:

O presente documento tem por fim apresentar os sócios da casa do estudante de Mossoró, esta Rio Grande do Norte, jurisdição no citado estado, normas disciplinares, indispensáveis para manutenção da ordem e segurança na referida entidade estudantil, dos que nela residem.


Com Informações: Blog da CEM.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O Apagão já começou?


O Brasil vive uma situação inusitada. Embora não haja qualquer confirmação sobre um racionamento de energia, a crítica foi antecipada e a presidente Dilma Rousseff entrou no corredor polonês antes mesmo do fim do jogo. Segundo Merval Pereira, desde que ela deixou de ser ministra de Minas e Energia para se tornar presidente da República, o quadro do setor elétrico só fez "agravar-se" e nada de bom foi feito desde 2001. Miriam Leitão sugere que o governo reconheça seus erros e corra atrás do prejuízo.

A leitura dos grandes jornais continua transmitindo uma falsa impressão: a de que o Brasil já enfrenta um apagão generalizado no setor elétrico. Embora as autoridades do setor contestem o risco de racionamento e garantam a redução de 20% nas contas de luz, novos especialistas em energia, como Merval Pereira, até recentemente um notório constitucionalista, anteciparam a crítica. E descem o sarrafo na presidente Dilma como se o País já estivesse às escuras.

Na sua coluna desta quarta-feira, chamada "Tateando no escuro", Merval fala de um país que vive hoje na escuridão. "Pois Dilma deixou de ser ministra para assumir a presidência da República, e a situação só fez agravar-se desde que, em 2008, começaram a acontecer os primeiros apagões de energia no país, e ela, primeiro como porta-voz do governo Lula no setor, e agora como responsável máxima pelas ações do governo, só fez garantir que não existe perigo de racionamento", diz ele. "O fato é que, dez anos à frente do setor elétrico de maneira direta, como Ministra de Minas e Energia, ou indireta, como chefe da Casa Civil, nada foi feito por Dilma para melhorar o sistema energético brasileiro, que volta a ter os mesmos problemas que teve em 2001".

Merval é definitivo, peremptório. Nada, N-A-D-A, foi feito nos últimos dez anos. Portanto, não se abriu uma nova fronteira hídrica na Região Norte, com as usinas do Madeira, não se retomou o projeto de Angra 3, que dormia há mais de uma década, não se fez a licitação de Belo Monte e nem de dezenas de projetos de térmicas, eólicas e PCHs. Nesse quadro de inação total dos últimos dez anos, em que o Brasil cresceu bem mais do que nos oito anteriores, é espantoso que tenha havido energia. Mas isso é outra história.

Também no Globo, Miriam Leitão antecipa a crítica ao apagão que supostamente se aproxima, mas o faz de forma mais honesta. Segundo ela, o governo deve "deixar de lado a atitude de negação e encarar de frente os riscos que existem na área do suprimento de energia". De fato, uma dose a mais de humildade não faria mal a ninguém. Mas não custa lembrar que Miriam Leitão, que, além de especialista em economia é também ambientalista, se opôs à construção das usinas na Amazônia e a toda forma do que chama de energia suja – como as térmicas, por exemplo.

Diferentemente de Merval, ela não chega a ponto de dizer que nada se fez. Mas cobra um reconhecimento dos erros. Merval quer mais. Ele diz que o que impede que o Brasil esteja hoje no escuro são as medidas emergenciais tomadas por FHC em 2001. Depois disso, N-A-D-A se fez.

Há uma certa escuridão no País. Mas talvez o apagão tenha começado na grande imprensa e nos seus principais porta-vozes. O que há, de maneira mal disfarçada, é uma torcida pelo quanto pior, melhor, como na ocasião em que Ricardo Noblat, também do Globo, espalhou pelo Twitter a notícia de um falso apagão.

Terra em risco? Dois asteroides passam próximos do planeta em 2013


Em janeiro, cientistas devem descobrir se asteroíde Apophis se chocará, ou não, com a Terra em 2036. Foto: Chris Lasley/Flickr
O ano de 2013 será rico em eventos cósmicos. Logo em 10 de janeiro, passa pela Terra aquele que é, atualmente, um dos objetos celestes mais falados: o asteroide Apophis.

Desta vez, a distância entre ele e nosso planeta é mais do que segura: quase 15 milhões de quilômetros. Contudo, armados de telescópios ópticos e antenas de radar, os astrônomos seguirão de perto a trajetória dessa rocha com mais de 300 metros de extensão, que leva o nome do deus egípcio da escuridão.

Pois, em breve, Apophis poderá chegar desagradavelmente perto da Terra: em 13 de abril de 2029, uma sexta-feira, ele passará a uma altura de apenas 30 mil quilômetros de nosso planeta. Isso é mais perto do que ficam os satélites meteorológicos e de comunicações em órbita geoestacionária, 36 mil quilômetros acima da linha do Equador.

Sete anos mais tarde, o asteroide poderá até mesmo colidir com a Terra. As chances são de um para 100 mil, mas uma colisão poderia ter consequências avassaladoras. Por isso, os cientistas estão nervosos, pelo menos até meados de janeiro, quando dados precisos de radar mostrarão que em 2036 Apophis tampouco atingirá a Terra.

Planeta na mira

Em meados de fevereiro, o asteroide 2012 DA14 chega a 24 mil quilômetros da Terra, evocando uma eventual proximidade de um encontro com Apophis. Mas os astrônomos asseguram: um choque está fora de cogitação. E como o objeto mede apenas cerca de 40 metros, uma colisão teria, no máximo, efeitos regionais. Se o asteroide for composto de material poroso, ele se dissolve quase completamente na atmosfera terrestre. Somente se for de metal, abriria uma grande cratera.

Por outro lado, armados de binóculos, os observadores dos céus do Hemisfério Norte poderão admirar a passagem do 2012 DA14 entre as constelações de Virgem e Cabeleira de Berenice, na noite de 15 de fevereiro.

Os encontros com o Apophis e o 2012 DA14 transcorrerão sem maiores estragos. Porém, eles lembram que nosso planeta está sempre exposto aos perigos de um bombardeio cósmico.

Por isso, em 2013 a Nasa e a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) trabalham tanto na ampliação de sistemas de vigilância capazes de identificar ameaças potenciais no espaço, como no desenvolvimento de eventuais missões de defesa. Em fevereiro, uma comissão da Organização das Nações Unidas apresenta uma proposta sobre como a humanidade deveria lidar com um perigo cósmico concreto.

domingo, 6 de janeiro de 2013

O Globo destaca nepotismo em Carnaubais.


Por: Robson Pires

Nem bem assumiram o comando de suas cidades, na última terça-feira, prefeitos de municípios brasileiros já tomaram como uma de suas primeiras decisões nomear parentes para cargos remunerados de primeiro e segundo escalões. Em prefeituras do Norte ao Sul do país, mulheres, mães, pais e irmãos de prefeitos eleitos ou reeleitos no ano passado foram alojados na máquina municipal.

Em Carnaubais (RN), o prefeito reeleito, Luizinho Cavalcante (PSB), indicou o irmão, Nicolau Cavalcante, para a Secretaria da Educação e a esposa, Maria Cavalcante, para a Secretaria da Assistência Social.

Em 2008, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou a Súmula Vinculante nº 13, que vedou o nepotismo nos Três Poderes, nos âmbitos federal, estadual e municipal. A medida proibiu a contratação de parentes de autoridades e de funcionários para cargos de confiança, de comissão e de função gratificada no serviço público.
Nota do Blog: Bom, meus amigos, nós sabemos muito bem que é crime nomear parentes para assumirem cargos remunerados de primeiro e de segundo escalão em governos, mas, em Antônio Martins isso já é, digamos que, NORMAL. João Dias, Frutuoso Gomes e Almino Afonso e tantas outras cidades do país, também são exemplos de como os prefeitos abusam do poder e fazem o que bem entendem dos cofres públicos. Até quando isso vai? Bem, não sabemos...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Dilma e o destino.



A presidenta vai enfrentar um ano difícil, mas tem a oportunidade de uma mudança histórica para o  futuro do País. Foto: Alfredo Estrella/AFP
Por: Mino Carta


Há situações que me causam alguma perplexidade. Durante o governo Lula o empresariado queixava-se dos juros escorchantes, com exceção dos banqueiros, está claro. De sua alegria cuidava o presidente do BC, Henrique Meirelles. Em compensação, o vice-presidente da República, o inesquecível e digníssimo José Alencar, defendia com ardor a demanda dos seus pares.

Agora o governo Dilma abaixa os juros, e todos se queixam, em perfeito uníssono. Busco uma explicação, embora me tente recorrer a um dos grandes escritores do absurdo, movido pela convicção de que somente eles seriam capazes de explicar o Brasil. Este é um país que consegue viver contradições abissais, a começar pelo seguinte fato: atravessamos no mesmo instante épocas diferentes. A modernidade tecnológica e a Idade Média política e social.

No caso dos juros, os lances mais recentes do governo Dilma revelaram outro fato bastante significativo: muitos brasileiros que se dizem empresários são, de verdade, apenas e tão somente especuladores. Contaminados pelo vírus do neoliberalismo, acertaram sua irredutível preferência pela renda no confronto com a produção, e a baixa dos juros os atinge na parte mais sensível do corpo humano, ou seja, o bolso, como disse há muito tempo o professor Delfim Netto.
Seria preciso assumir o autêntico papel do empresário e, em vez de acompanhar os movimentos das bolsas e das oligarquias financeiras, trabalhar para produzir e enfrentar a concorrência e riscos variados como, creio eu, vaticinava Adam Smith. Os próprios banqueiros perdem benesses e têm de arregaçar as mangas para voltar às tarefas da Banca di San Giorgio.

O governo Dilma dá um passo adiante em relação àquele que o precedeu. Mexe com os interesses do poder real, conforme a opinião de analistas atilados. Ousa o que Lula não ousou. E o balanço da primeira metade do seu mandato há de registrar esse avanço em primeiro lugar.

É justo perguntar aos nossos botões por que um país tão favorecido pela natureza não atingiu o grau de desenvolvimento que lhe compete. E a resposta é inescapável: a casa-grande ficou de pé e conseguiu, sem maiores esforços, a bem da verdade, manter a Nação atada ao seu próprio tempo de prepotência. “Eles querem um país de 20 milhões de habitantes e uma democracia sem povo”, dizia Raymundo Faoro.

Poder absoluto de um lado, submissão do outro. Getúlio Vargas, eleito democraticamente em 1950, tentou enfrentar a casa-grande e morreu suicidado. O novo desafio demorou 48 anos e começou com a eleição de Lula, início de um capítulo inédito da história, este por ora a mostrar-se duradouro. Como se deu com Getúlio, mas em circunstâncias diferentes, o povo identificou-se com seu líder. No entanto, ao contrário de Getúlio, Lula é seu povo, e chegou depois de uma ditadura de 21 anos imposta pela casa-grande e de uma fase da chamada “redemocratização”, na prática voltada à manutenção do poder real e dos seus privilégios medievais.

Dilma, nesses seus últimos dois anos de mandato, deu continuidade à obra do antecessor sem deixar de conferir marca pessoal ao desempenho. De saída, livrou-se de ministros incômodos, como o exorbitante “operador” Antonio Palocci, ou Nelson Jobim, atucanado militarista. Prosseguiu pelos caminhos traçados por Lula na política social e exterior e foi recebida mundo afora como digna sucessora do “cara”. Lança, enfim, as bases de uma política econômica afinada com os objetivos de um governo social-democrático habilitado à contemporaneidade do mundo.

Janus bifronte mostra o cenho franzido na face que encara o passado, enxerga um 2012 difícil, de desenvolvimento econômico medíocre, abalado por uma crise mundial muito antes que brasileira. Não está desanuviado o rosto que olha para o futuro. O ministro Mantega promete em 2013 um crescimento de 4%, ou pouco mais, índice excelente nas circunstâncias. Não me arrisco a analisar a promessa. As dificuldades para Dilma se espraiam bem além da situação econômica, a despeito das influências que esta exercerá em outros quadrantes.

A “Operação 2014”, desencadeada pela mídia contra Lula e contra o governo não arrefecerá certamente na perspectiva do pleito do ano próximo. De certa maneira, a campanha eleitoral já partiu e definiu seus temas recorrentes. Sim, os tempos mudaram e os porta-vozes do poder real não alcançam a maioria da Nação. Sobram, porém, os problemas criados dentro do PT, da base governista e até do governo. Semeados inclusive pelo Supremo Tribunal Federal, lunaticamente inclinado a subverter as regras basilares da democracia e a agredir a Constituição. Será que o ministro da Justiça tem mesmo de resignar-se diante de tanto descalabro?

Assustam, sejamos claros, um STF e um procurador-geral da República claramente engajados na Operação 2014. Para seu próprio bem, cabe ao governo uma reação à altura, também em outra frente, para reestruturar o Partido dos Trabalhadores, hoje dividido, depauperado e em estado de confusão. Neste campo, a intervenção do fundador é indispensável. Lula é o líder em condições de conduzir o partido no retorno ao passado, para reencontrar aquela agremiação que o sustentou por três eleições e enfim o levou à Presidência em 2002.

Quanto à base governista, os problemas parecem insolúveis. Governar exige alianças de ocasião e as melhores intenções acabam por lastrear o caminho do inferno. Há parceiros confiáveis e outros que veem na carreira política a escada da vantagem pessoal. Há quem sugira uma ação para buscar o favor do empresariado. Talvez aqui a tarefa seja menos complicada do que a tentativa de formular planos comuns com, digamos, o PMDB do vice-presidente Michel Temer e do senador José Sarney, ou com o PDT de Miro Teixeira e outros do mesmo jaez.

Permito-me, de todo modo, como se daria a aproximação ao empresariado descontente com a política econômica. Por meio de um seminário sobre o capitalismo de Adam Smith e John Maynard Keynes? Mesmo assim, tentativas menos ingênuas poderiam ser experimentadas, com algum êxito, quem sabe.

Pego-me a olhar para os colegas da redação, dobrados sobre seus computadores, intérpretes da modernidade, enquanto eu batuco na minha -Olivetti Linea 88. Sou francamente arcaico, mas temo que o computador me engula como fez e faz com tantos outros. Não escapo à sina, também eu mereço Ionesco, ou Beckett. Certo é, sem qualquer parentesco com o absurdo, que às vezes o bonde da história passa pela porta de casa. Não da minha, é óbvio. Falo de Dilma Rousseff. Sinto nela a crença, a energia, a determinação, a capacidade e o porte dos escolhidos do destino.

Fonte: CartaCapital chrome://newtabhttp//www.cartacapital.com.br/politica/dilma-e-o-destino/